A-E-I-O-U-Y de Alice Caymmi

A-E-I-O-U-Y de Alice Caymmi
por Herbert Silva Leão post facebook
Acompanho o trabalho de Alice desde seu primeiro álbum, boa parte gerado em Paris, onde a cantora morou. Chamado "Alice Caymmi", lançado em 2012, o trabalho já apontava seu potencial de interpretação. Ela também se mostrou uma boa compositora e diretora artística. Trouxe o mítico mar criado por Dorival Caymmi, seu avô, mas em canções que contam um outro lado da história, faixas de uma melancolia tempestuosa, de uma subjetividade questionadora, por vezes solitária, e de coração em chamas nas águas calmas.


No álbum " Rainha dos Raios", Alice se consolida como cantora e intérprete. A potência de sua voz e interpretação do reportório - esse por sinal muito bem escolhido - é de se admirar. O show produzido para esse segundo álbum foi muito bem dirigido, com plástica, tecnologia, movimentos minimalistas, figurino fashion de alta costura e cenário clean-dark-conceitual; com forte identidade, o show acompanhava o estilo e ritmo que Alice vinha apresentando ao seu público com muita autenticidade.

Não tenho dado a devida atenção para seus dois últimos álbuns, lançados entre um EP e um 'ao vivo' do show 'Rainha dos Raios'. Percebo que desde o lançamento do single "Eu te avisei" do terceiro álbum intitulado "Alice", canção que a cantora gravou com a Pabllo Vittar, ela vem numa pegada mais pop, o que deu uma ampliada e variada no perfil de seu público, uma vez que em plataformas de música online é a música mais executada de sua playlist.

Já no quarto álbum "Electra" saindo das letras carregadas de eu lírico, das letras românticas, a cantora mescla o eu-cantora com crítica à condição social e realidade do povo brasileiro, assim é como eu interpreto algumas canções de seu mais recente trabalho. Não assisti ao show, mas Alice Caymmi segue em turnê. E em ótimo desempenho de sua arte, que toca e encanta seus ouvintes.


(arte do álbum 'Electra' de Alice Caymmi)

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