Narciso é quem eu realmente sou?

Ele diz saber quem eu sou 
Provou do meu calor.
Num sexo casual; 
Na ocasião senti-me na obrigação de passar uma boa impressão. 
Na busca do meu prazer e na minha busca possessa de fazer com que o outro sinta prazer tanto quanto eu quero ter.

Eu não posso controlar suas ilusões; 
Mas posso calar-me para não te incomodar. E ser eu, quando abrir a boca e lhe falar. 

Após ter saído saciado de sua casa depois daquele sexo sedento de cheiros, língua, cuspe, gozos...
e insegurança na calada da noite fria lá fora; foram alguns cigarros até chegar em minha casa.

Foi bom, mas não sei se quero de novo. Foi o que tive de enfrentar ao reencontra-lo após um intervalo. 
Será que meu fetiche é por desconhecidos? 
Mas eu gosto de me comprometer...e olhar dias, anos, décadas para a mesma cara. 
Não; simplesmente ele não era o cara. 
Mais um pra minha lista, e pra minha agenda de contatos, mais um follower nas redes sociais. Mais um que eu também sigo. 
Mas ele passou a me cobrar 
mais 
Queria mais 
E eu sem poder revidar 
Eu com minhas verdades e obrigações 
E ele querendo me controlar 
Quer mais 
E eu não podia falar? 
Não dá mais. Não to a fim...
Mas recordo-me que foi bom, poderíamos ter qualquer coisa novamente. Na falta daquele sexo que tivemos. Ou numa noite dessas que eu estivesse na fissura, e caminhasse até sua casa. 
Ele queria mais. E eu não dei mais. Cogitei outra pessoa. Um desconhecido. Meu. 
Não dele. Eles se conheciam. 
E trocaram informações sobre mim. 
Ele queria mais. E ficou possesso por eu não responder, nem revidar, nem negar. 
E disse que me conhecia realmente. 
Pra ele eu só queria uma carne. 
Só pensava na carne. 
E eu em minha verdade, que sou tantos e tenho tantas coisas a pensar. Fui resumido. 
Ele disse que sabia quem eu realmente sou. 
Mas quem eu realmente sou? 
Talvez alguém que tente equilibrar o excesso de espírito com a carne. 
Levantar a carne do mundo que encontra-se eternamente sentada.
Talvez cortemos a frágil relação. 




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