entre presente verdade ficção passado e realidade


a fragilidade da lembrança
e a impulsividade da memória
faz da recordação uma arte

me lembro de uma solidão
causada por uma perda
me recordo da plasticidade instigante
vestida de novidade
que poderia substituir a perda
e trazer de volta o presente
afastando o passado

me lembro de caminhar pelas ruas
mirando rostos
me recordo de suas roupas colores
vibrantes no sol ex-postos

quantas vezes se apaixonaram
quantas vezes tiveram seus corações partidos

a plasticidade vestida de novidade
causava-me expectativas
era tudo realidade

a ficção que no passado era arte
ficou pra lá
tudo era realidade
no teatro não mais se representava
e a sociedade
clamava por verdade

me lembro de um tempo frágil
que clamava impulsividade
de que a recordação
é uma arte
e nem tudo é realidade



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